Silêncio

Ecoam na minha alma
Os gritos do silêncio
Inquietantes
Cortantes
Distantes
Tento trautear
Uma melodia de harmonia
E ele não se cala
O silêncio
Só o silêncio impera
Neste estado de alma
Vazio…

Liz
31/10/2010

"Que livro és tu? "

Há dias num daqueles joguinhos do FB – que a alguns eu acho uma certa piada – a resposta á pergunta “Que livro és tu? * foi “O principezinho”. Curiosamente este foi um livro que me encantou desde a primeira vez que o li, ainda adolescente.

Comemoram-se este ano os 110 anos do nascimento do seu autor – Antoine de Saint-Exupéry – e aquelas cerca de cem páginas de conteúdo intemporal continuam a estar entre as mais lidas de sempre em todo o mundo. Aparentemente é um livro para crianças mas no fundo são ensinamentos que nem a maioria dos adubos entende…

… Na verdade, é uma história para adultos e os adultos precisam que lhe expliquem realidades sobre jibóias e jibóias dentro de elefantes.

Liz
27/10/2010

Há horas assim

Há horas, ou momentos apenas,
Que sinto uma necessidade urgente
De recordar que um dia fui criança
Que tive o mundo nas mãos
E brinquei com ele sonhos de esperança
Que não havia limites para a vida
E podia abraçar o infinito.
Nas horas em que a alma se me esvai
Em desalento de batalhas perdidas
Horas em que me esqueço de mim
Das minhas lutas vencidas
E preciso de alento para continuar…
a caminhar!

Liz
22/10/2010

Não

Fingir sentir o que não se sente
Por medo, vergonha, sem porquê
Não usar o transparente
Não querer ver o que se vê
É recusar que se é gente,
Viver num dilema constante
É ir caindo lentamente
Sem achar quem nos levante
Não ter sonhos nem fantasias
Acabar com as alegrias
Fazer da vida uma amargura
Será isto loucura?
Ou inconsciência da razão?
Isso eu não sei responder
Mas sinto no meu coração
Que assim não quero viver
Quero sentir a emoção
A cada novo amanhecer

Liz
13/11/2007

Queria

Queria tanto ser
Aquilo que não sou
Começar a viver
Onde o tempo parou
Onde não havia laços nem limites
E podia responder a todos os convites
Que o destino me roubou
Sem que eu pudesse contestar
Tal assalto inesperado
Era jogo já jogado
Ainda que não soubesse aceitar
No final, o resultado
Mas preciso de mim para viver
Não tenho alternativa
Que não seja abraçar a vida
E vestir-me para vencer
Já que não consigo passar
Sem aquilo que sei ser

Liz
26/10/2007

Segredo

Roubei o amanhã
Para que este dia não acabe
Segredo que ninguém sabe
Tenho esta esperança vã
De eternizar a felicidade
Eu sei que é ilusão
Mas quem explica ao coração,
Que há sempre um amanhã?
Amanhã desconhecido
Que será sempre vivido
Independente da vontade
Ou dos caprichos de alguém
Que não sabe que o amanhã
Também é eternidade …

Liz
19/10/2007

Outro olhar

Agora eu sei
A palavra que feriu
Que o amor tanto sentiu
Naquela lágrima caída
Foi apenas um momento
Uma lenda perdida
Rapidamente esquecida
Sem mágoa, sem ressentimento
Fortaleceu o sentimento
Bem guardado cá dentro
Nas gavetas do destino
Tal qual um hino
Chama por quem o cante
Como um menino
Por quem a gente se encante
E nos leve a passear
Pelo caminho da magia
Aprendemos a amar
Sem qualquer hipocrisia

Liz

19/09/2007

Mãe

A ti que és um ser superior à face da terra … eu idolatro como se de uma Deusa se tratasse. Mas tu não és Deusa, tu tens todas as fraquezas e limitações que todos os seres humanos têm. Ainda assim transformas-te numa feroz guerreira quando a protecção dos teus filhos é a causa. Também és meiga e compreensiva quando no teu ombro eles depositam as suas frustrações e desventuras, e nunca deixas de ser a sua estrela guia por entre os labirintos da vida.

Mas tu também és mulher … sofres com os amores e desamores que se cruzam no teu caminho. Sofres com as tuas ilusões perdidas, desanimas com teus ideais esquecidos, mas nunca deixas de distribuir esse imenso amor que tens no coração.

Não importa que o mundo desabe na tua cabeça, porque nunca deixas de ser MÃE … e ter um orgulho enorme nessa condição!!!!

Liz

24/09/2007

Olhares que não se cruzam

Em cada esquina

Um novo olhar
Triste, vazio
Contente, vadio
Ou… apenas indiferente
Olhares que não se cruzam
Não saem de si mesmos
Na procura da sua pertença
Não têm, querem ter
Ter, ter, ter
A razão do seu viver
Percorrem o caminho solitário
Esquecem-se de ser
Ser vida no seu pleno
Ser, apenas ser
Ser com toda a satisfação
Alma e coração!

Liz

Olho para a noite

Olho para a noite
Na espera que ela anuncie
Uma nova alvorada
Através da janela só as luzes
Da cidade meio adormecida
Ao fundo, as notas soltas
De um piano compõem
A melodia que me leva dali

Até ao íntimo de ti…
Caminhos nunca antes trilhados
Desvendados na alquimia
Das almas que se tocam
E dos corpos que se fundem
No fogo da paixão
Assim, vivendo a saudade
De um sentimento
Muito mais que sentido…
Predestinado, completo.
Eternizado…

Liz