07/06/2018

Espelhos do olhar...

Imagem encontrada na net sem referência ao autor 

Olhar deslavado, espelho de ti
Deambulante nesses becos
Que te consomem até ao fim

Tua inocência há muito perdida
Revela-se agora nos ecos
Da tua voz profunda e urdida
Na miséria do ser passageiro
Preso aos ilimites da ambição
Aproxima-se o suspiro derradeiro
Se não se intervir no coração
Daquele que é o bem primeiro

Essência de todas as vidas
Não há como não o resgatar
Antes que se faça tarde
E haja alvoradas invertidas
Impossibilitadas de recuperar
O amanhecer mais profundo
Na fogueira que ainda arde
Para dar luz ao mundo 

Respeite-se o próprio Eu
Nas investidas da evolução
Para que o universo seja seu



04/06/2018

Viagens

Imagem encontrada na net sem referência ao autor 

Envolta em fulminantes paixões, percorro campos de intensa fertilidade… e vou ao fundo de mim. Umas vezes à deriva, outras por percursos estrategicamente definidos, há uns momentos em que contemplo jardins e trago comigo o perfume das flores e outros em que vou às profundezas do desencanto e trago rasgadas na pele as cicatrizes dos espinhos. Mas sempre com a certeza que é plena a descoberta. Plena e enriquecedora, porque cada viagem é uma lição.
Só não quero é ir em vão, porque ir em vão é nada e eu quero tudo. Tudo o que o meu Eu possa aprender. Quero o equilíbrio a que me obrigam os declives dos vales e o domínio das vertigens nas subidas às montanhas. Quero a acalmia da planície e o ritmo das ondas do mar, o frio e o calor, a chuva e o sol.
Quero ser eu… ser eu até morrer!