Quadro do pintor espanhol Pere Borrell del Caso |
Mesmo
a medo, ele avançou.
Não
era pessoa de desistir
e
o sonho era tão forte,
que
lhe deu a força para subir.
De
uma só vez, escalou a altura.
Percebeu
como a estrela era macia
e
deitou-se de barriga para baixo.
Apoiado
nos cotovelos, viu noite escura
e
a terra coberta de maresia,
àquela
hora da brisa do norte.
Era
uma visão limitada.
Percebeu,
quando iniciou a subida
e
o universo começou a crescer.
Ficava
mais pequeno, na verdade,
mas
via cada vez mais zonas,
que sempre sonhou conhecer.
O
planeta onde morava,
que
todos lhe diziam ser azul,
apenas
o via ficar brilhante
à
medida que deslizava para sul.
E
quando a estrela descia em altura,
via
tudo muito mais definido.
No mundo, as diferenças surgiam
a
cada mudança de posição.
Quando
passou no hemisfério norte,
sentiu
frio e muita tremura,
enquanto
no sul, sentiu o pleno Verão.
No
oriente, encontrava dia,
ao
mesmo tempo que, indo a ocidente,
passeava
na escura noite.
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