Pintura de Cesare Pergola |
Levantou-se
e foi para a janela.
Pôs-se
a olhar para o céu,
com
a expressão de quem sonha.
Viu
uma centelha luminosa,
que
avançava no escuro de breu.
-
Mas que imagem tão bela!
Exclamou,
com voz melodiosa.
Não
acreditava em tão bela visão.
Era
uma sorte tamanha,
encontrar
ali a sua solução.
Aproximando-se
pouco a pouco,
a
centelha transformou-se em estrela.
-
Não, não posso estar louco…
-
baixinho, o João murmurou.
De
olhos arregalados, olhou para ela.
Viu-a
pôr-se a jeito para ele subir,
mas
ele assustou-se e recuou.
-
Com certeza, estou a dormir,
as
estrelas não entendem a gente,
nem
sabem o que a gente sente.
Ainda
assim, a estrela ficou ali,
como
que a chama-lo.
Não
se lhe ouvia a voz,
era
apenas um luminoso clarão,
mas
no coração, o João sentia
que
devia confiar e ir.
Como
que a encoraja-lo,
algo
dentro de si lhe dizia:
- a estrela está aqui só
por ti,
para
te levar pelo céu a passear.
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