Está uma tempestade que quase
rebenta com o mundo. Parece mesmo o tal dia, tantas vezes anunciado, o dia do
fim do mundo. Mas eu quero lá saber! O mundo é só o mundo e o amor é muito
maior que o mundo. Se o mundo acabar o amor não acaba e mesmo sem haver mundo
eu continuarei a amar-te. Assim, loucamente e sem condicionalismos, sem espaço,
sem tempo, apenas eu e tu e o infinito do amor. Este amor louco que nos faz
sentir donos do universo. Amor perverso, exigente, castigador. Que não se
compadece com as tempestades do mundo.
Não sei que estado de alma é este
que me faz sentir, assim, tão dona de mim própria. Apenas obedecendo aos desígnios
desta loucura agridoce, onde balançamos os dois numa corda bamba que nos repele
e nos atrai para o precipício. Tu passando por entre as fortes cordas da chuva
que amarra o temporal, e eu, teu abrigo clandestino, lutando contra o vento
para não ruir. Ah meu amor, que mundo é este que tantas tempestades traz com
ele? Seria tão mais fácil se fosse só o amor. O amor sem as regras que o mundo
impõe. Livre, louco, selvagem, vagabundo da vida e mendigo do destino.
Sabes? Quem me dera conseguir
acabar de vez com o mundo…
e depois, reconstrui-lo à minha
maneira. Apenas com o lado belo das tempestade. Sim, que as tempestades também
têm um lado belo. Quando, entrelaçados, iluminamos o caminho eternizando a claridade
de um relâmpago.
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