Fotografia©Maria João Solano Silva |
“Ti
Alfredo”… para os alegretenses e para tantos outros por cujas terras passava a
alvorecer festas e romarias. Mestre na sua arte. Todos os anos, no dia quinze
de Agosto pelas sete da manhã, lá estava ele no alto da muralha a anunciar o
início dos festejos. Festas em honra de Nossa Senhora d’Alegria, das mais
antigas do Alentejo e quiçá do país. O momento era de emoção, era o momento que
acordava toda uma população, ansiosa por cumprir a tradição que há nascença
herdara. E ele sabia-o: demonstrava-o pela forma minuciosa com que fazia cada
sequência de fogo. Era diferente em cada festa. As casas de família, cheias com
os residentes e com os que regressavam, ano após ano, sempre naquela data, despertavam
assim durante aqueles dez ou quinze minutos de estrondosa alegria. De seguida,
ouvia-se a banda. Por todas as ruas da vila, a banda soltava melodiosos acordes
e instalava-se o clima de festa, que durava pelos próximos dois ou três dias.
A
banda, essa ainda continua a acordar a população, todos os anos, no dia quinze
de Agosto, pelas sete da manhã. Mas o “Ti Alfredo”, nunca mais soube nada dele.
Os “Ti Alfredos” já não podem alvorecer festas e romarias.
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