Não há tempo
Dentro deste tempo
Que se gasta na procura
Daquela oportunidade para ser feliz
Não se está bem nesta busca incessante
E o final do dia chega inquietante
Urge inventar o descanso
Em que dentro das minhas veias
Corram as recordações
Sem pressas, com tempo
E sem peso talvez
Encontre, esta noite, paz
Nos braços de um anjo,
Que voe para longe daqui
E me leve para lá desta imensidão
De incertezas que me consome
Me arranque das ruínas construídas
Nas minhas costas, pela tempestade
Que continua a retorcer-se no tempo
À minha volta
Talvez encontre algum conforto lá
Para lá do tempo que se inventa
A procurar aquilo que se não tem
Que diferença faz escapar
Uma última vez ?
Se é tão fácil acreditar nesta doce loucura
Que destrói a gloriosa tristeza
Que me arranca a lucidez
Liz
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